"Um dia na redacção da rádio tive uma quente discussão sobre a ideia de uma pessoa ser Católica não-praticante. Não compreendo o conceito, confesso. Ou se é ou não se é Católico. Para sê-lo, acho que é fundamental seguir todos os sacramentos e rituais, bem como a prática do Bem no dia a dia. Não? Se calhar não, mas eu penso assim." (Pedro Ribeiro, no seu Dias Úteis).
Concordo plenamente com as palavras do Pedro Ribeiro. Acho que o conceito de Católico Não Praticante é um mero comodismo moderno de quem não se quer dar ao trabalho de fazer algo mais que dizer "eu acredito". Mais do que palavras e rezinhas, eu acho que a Fé deve ser demonstrada em acções. Não só (mas também) nos rituais habituais da respectiva religião (se acreditamos, vamos lá de coração!) e sobretudo em acções quotidianas de amor pelo próximo. De respeito. E de tolerância. E assim deveria ser em todo o mundo, em todas as línguas, em todas as religiões, para todos os deuses (cujos moldes e conceitos se assemelham bastante).
Não sou Católica, nem pretendo ser, não me identifico com muitas interpretações, encontro muitas contradições e creio que ainda estou à procura do meu rumo numa malha complexa de ideologias. Admiro muito quem já tenha encontrado a sua Fé (seja ela qual for) e se sente confortável a vivê-la plenamente, que vai onde tem que ir, que se emociona, que sente alegria, que sente esperança. Gostei, por exemplo, de ver os miúdos correrem até à Nunciatura para cantarem uma serenata a Ratzinger. Pessoalmente não vejo a figura do Papa (ou qualquer outro membro da Igreja) como uma criatura pura, nem como um intermediário entre nós, comuns mortais, e o divino. Mas, no fundo, gostei de ver a alegria daqueles jovens em fazer aquilo, simplesmente porque acreditam que aquele homem de branco é especial. Preferiram estar ali do que estar em casa a fazer outras coisas. Porque acreditam.
Quanto a mim, sei, tal como o Pedro, que acredito que Jesus existiu e que os seus ensinamentos foram de uma sabedoria tão grande que se tornaram úteis até aos nossos dias, mesmo que já se tenham passado 2 mil anos. Por isso, mesmo sem religião oficial, considero-me cristã, sublinhando ainda que acredito em Deus, num Deus bom, porque há coisas que simplesmente não consigo conceber sem Ele. E isso deve ser o começo da minha Fé.
Quanto a mim, sei, tal como o Pedro, que acredito que Jesus existiu e que os seus ensinamentos foram de uma sabedoria tão grande que se tornaram úteis até aos nossos dias, mesmo que já se tenham passado 2 mil anos. Por isso, mesmo sem religião oficial, considero-me cristã, sublinhando ainda que acredito em Deus, num Deus bom, porque há coisas que simplesmente não consigo conceber sem Ele. E isso deve ser o começo da minha Fé.
Adoro ler-te quando estás inspirada... nem que seja sobre religião, sabe bem...
ResponderEliminarSobre o assunto em questão, descobri lá para os meus 18 anos - depois de catequese, primeira comunhão e escuteiros - que sou agnóstico. E sinto-me bem assim...
O padre estava sempre a repreender todos por tudo e por nada.
ResponderEliminarA minha catequista mandava-me falar com Deus, em qualquer sítio, em qualquer altura.
Acho que não temos de seguir todos os rituais, talvez a palavra católico leve a pensar isso. Mas acho que podemos ser católicos apenas por falar com Deus.
siceramente: Católico, penso eu, remete para uma identificação com uma Igreja (cristã), com uma doutrina específica, uma interpretação específica da Bíblia e rituais específicos. Logo, quem se diz Católico, tem que acreditar nos dogmas da Igreja Católica, deve praticar e agir de acordo com isso. Senão não é Católico. A meu ver. O mesmo acontece com os Protestantes, os Evangelistas, as Testemunhas de Jeová, os Anglicanos, etc e tal.
ResponderEliminarClaro que podemos acreditar em Deus, podemos acreditar em algo que é o Bem, em algo que criou a Terra, em tudo o que quisermos. Mas isso já é diferente de ser Católico. É só essa a distinção que faço.
MRV: Se te sentes bem com isso, porque não?
ResponderEliminarsiceramente: Mas, cima de tudo, amor, respeito e tolerância. Seja lá onde for e por quem for.
ResponderEliminarEu também não entendo como se pode ser católico não praticante! Não entendo mesmo... Não é preciso ir à Missa todos os fins de semana (apesar de achar que se deve), mas quando se precisa de uma "luz" porque não ir à igreja, visto que ser católico é acreditar em Deus, um ser "superior" (não é bem este o termo!), porque não rezar a Deus para que este nos ajude?
ResponderEliminarE atenção que eu digo isto, sem ser católica. Pensava que era agnóstica, mas sinceramente, depois de 22 anos sem que os meus pais me pressionassem a seguir a religião católica, sinto vontade de seguir a religião católica. Fui a missa este fds por "outro" motivo (ver uma comemoração dos escuteiros) e adorei! Gostei da ver os jovens tão atentos às palavras do padre.. É uma coisa tão rara hoje em dia, nesta sociedade sem princípios!
Que testamento!!! Desculpa.... ahahah
beijo
Acho que o termo católico não-praticante nem deve ter sido inventado pelos não-praticantes. Para mim cheira-me a esquema da Igreja em tempos de crise para albergar os "simpatizantes" com a religião cristã.
ResponderEliminarOu melhor, com a corrente mais "usada" da religião Cristã. Não nos esqueceremos dos Ortodoxos e anglicanos e protestantes e essas sub-divisões todas.
Se digo que não sou Cristã ortodoxa, também não sou cristã católica.
Tudo isto é muito confuso.
Considero-me Cristã, antes de mais porque fui baptizada, depois porque acho que Jesus Cristo tinha mesmo algo a dizer sobre Deus e a Sua lei.
mas não sou católica. Sou cristã porque acredito em Cristo, porque gosto da sua figura, das suas palavras, do seu exemplo de vida. Faço o sinal da cruz por hábito, não por crença absoluta.
Mas deveria poder intitular-me budista porque também acredito no modo de vida budista? Afinal, dentro do budismo não existe coisa como praticante e não praticante.
Não sei...talvez crente seja o termo mais correcto, pelo menos em relação a mim. Creio em tudo? Não, porque há muitas palavras de muitos homens pelo meio. Sigo aquilo que sinto ser certo nas palavras de Cristo. E nas de Buda. E nas de quem quer que me faça pensar duas vezes em deus.
Fui educada tendo em conta os preceitos cristãos. Tenho Fé em Deus e acredito no que Jesus nos deixou, porque afinal ser um bom cristão, não é mais do que ser um bom cidadão. Mas tenho sentido um descrédito cada vez maior para com o sistema que sustém a minha fé: os homens que a representam. Num livro que li dizia «a fé é a crença espiritual do povo, a religião um sistema que visa a continuação de uma das mais antigas burocracias.»...
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