segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Das mudanças.




Não acredito que as pessoas possam mudar aquilo que são. E acredito anida menos que as pessoas mudam pelos outros. Mudam, mas não dura. Mudam enquanto lhes convém, enquanto é fácil, mas não aguentam a pressão. Quem realmente consegue alterar algo negativo nas suas personalidades e modos de vida são poucas, só o fazem à custa de muito esforço e depois de perceberem que essa mudança é benéfica para eles (e só eles). Até posso estar errada, mas nunca tive provas de que não fosse assim.
É por isso que quando alguém me faz mal ou me desilude eu até posso perdoar, mas perdoo no sentido de reconhecer que aquela pessoa não vai além daquilo, que é mesmo assim e que com ela não poderei contar. No hurt feelings, amigos (mais ou menos) como antes. Acredito que muito provavelmente isto seja um defeito meu (e que, lá está, talvez precisasse mudar), mas quando perdoo uma pessoa nunca o faço com a ideia do "tenta lá outra vez, eu sei que és capaz". Mas admiro quem tem essa capacidade de acreditar. E sei que há pessoas que nos surpreendem, mas regra geral ficam-se mesmo por ali. Digo eu.

4 comentários:

Suspiro disse...

E eu assino por baixo! ;)

N disse...

Eu sou das que acredito que as pessoas podem mudar. E tenho a certeza de que todos mudamos. Por opção, por decisão é que é mais difícil, mas eu ainda acredito. Nalgumas pessoas claro, porque nem todos temos essa capacidade.

Analog Girl disse...

Não é fácil mudar. Por mim falo, há anos que luto por mudar pequenas características que, mais do que serem inconvenientes para os outros, acabam por ser paralisantes em mim, e eu pura e simplesmente tenho de aprender a superar. Tem sido um longo caminho, mas está longe de estar finalizado, e, por muito que lute, há sempre um resquício do que costumava ser.
Não acredito, portanto, numa mudança de 180º, não neste contexto. Acredito sim, que a vontade de mudar, assentar, seguir um determinado caminho na vida já faça parte de nós. Por isso vemos pessoas promíscuas a apaixonarem-se perdidamente, rebeldes a vestirem o fatinho para trabalhar todos os dias e outras situações que mais parecem invenção que verdade. Esta é a minha interpretação, também com conhecimento de causa. Para haver uma (aparente) mudança, temos que ter o "bichinho" intrínseco em nós, nada a fazer.

Quanto a perdoar... percebo-te perfeitamente. Sempre com as devidas reservas e compreensão das limitações alheias (até porque, para as ouras pessoas hei-de também ter limitações incompreensíveis, claro) e um pouco desconfiada no que pode vir daí. No entanto não quero de maneira nenhuma que sobrem rancores, e acho que ninguém deveria batalhar sobre isso. Gastar energias com ódios e zangas é provavelmente o pior que podemos fazer.

Mário Ventura disse...

Não podia concordar mais. Não que acredite na tal 'a primeira impressão é a que fica', mas dificilmente uma pessoa consegue mudar realmente a sua forma de ser. Pode até mudar, a pedido de outra, num esforço sobre-humano, mas aí trata-se apenas de algo plástico, algo temporário, trata-se de uma pessoa falsa...

Só não concordo com a última parte: acredito que as pessoas podem melhorar e normalmente todas têm direito a segunda oportunidade comigo (já tive bons e maus resultados disso).