I Love You, Phillip Morris!

Não há ninguém mais versátil que o Jim Carrey. Quando é mau, é muito mau (veja-se o «The Cable Guy» - achei que nunca o iria perdoar), mas quando é bom, é mesmo muito bom («Eternal Sunshine of The Spotless Mind» surge como primeiro exemplo, claro)! O «I Love You, Phillip Morris» é, para mim, mais um exemplo da brilhanteza do Jim. E do Ewan McGregor. E do corpinho bronzeado do Rodrigo Santoro. Adiante...

A história baseia-se em factos reais, mais precisamente na história de um homem chamado Steven Russell (interpretado por Jim Carrey), ex-polícia, homem de negócios e de família, com mulher e filha, que afinal era gay. No princípio esconde a sua verdadeira natureza, mas, após um violento acidente, assume-se como «uma grande bicha», com direito aos devidos adereços: roupa justa e colorida, cão Poodle e um namorado mais novo  e super giro (o querido Santoro). Para manter o estilo de vida adequado a uma bicha em Miami, Russell, que tem um talento especial para a mentira, entra em esquemas para receber dinheiro das seguradoras. E consegue viver à grande durante uns bons tempos. Até que é apanhado pela polícia.

Dentro da prisão, Steven conhece Phillip Morris (Ewan McGregor), uma bicha loira, delicada e solitária por quem se apaixona à primeira vista. A partir daí desenrola-se uma história de amor, com cartas, chocolates, música romântica e muito luxo. Um amor homossexual sem exageros, sem ser brejeiro e sem ser um ataque às susceptibilidades mais conservadoras... É simplesmente amor! E tudo poderia ser perfeito e super gay all the way, se Russell conseguisse parar de mentir, falsificar identidades e explorar as falhas do sistema judicial norte-americano. Durante toda a sua vida, arranjou maneira de sair quatro vezes de uma prisão no Texas. «I Love You, Phillip Morris» tem drama, tem comédia e roça muitas vezes o insólito. Mas aconteceu. Como já li algures por aí, uma história que precisava ser contada.