quinta-feira, 1 de março de 2012

one minute you're here, one minute you're gone.

Hoje morreu um senhor no café em frente à minha casa. Estava lá sentado numa mesa e de repente caiu no chão. Morto. Veio o INEM e a Polícia, montou-se um alarido à porta, vieram os familiares que ficaram dentro do café cerca de duas horas, com o corpo enrolado em papel de prata até chegar o médico do Instituto de Medicina Legal e a carrinha da polícia poder levá-lo para a morgue (eu não sabia, mas pelos vistos o INEM não pode transportar mortos nas ambulâncias e, mal viram que não era possível reanimar o senhor, foram-se embora).
Às vezes estamos doentes e definhamos aos poucos. Outras vezes vamos só ao café da esquina e acabamos por não sair de lá vivos. Nenhuma das opções é boa. Ainda estou um bocado arrepiada. Não sei se pela ideia de estar um cadáver no meio do café, se pela enorme e incontornável fragilidade da vida. Talvez os dois.

3 comentários:

siceramente disse...

Morrer a dormir deve ser o mais fixe ainda :)

Juni disse...

Credo.

Analog Girl disse...

When you gotta go, you gotta go. É assim mesmo a vida. Parece-me que apesar do horror da situação, ele saíu pacificamente...
Deve é ser um pânico ver alguém morto, a mim faz-me uma confusão imensa.

(quanto a isso do INEM, eu já sabia, é uma treta não poderem fazer isso, mas suponho que faz algum sentido, se pensarmos nas atribuições de responsabilidades)