quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

departures.

Sinto que começa a ser o retrato da minha geração. Está tudo a fugir para o Brasil, África, Inglaterra ou países nórdicos. A cada mês que passa, acrescenta-se um nome novo à lista de amigos/conhecidos emigrantes.
Podíamos todos olhar para isto como uma coisa gira, uma aventura e uma oportunidade para ter novas experiências, que é, mas não deixa de ser triste, porque sabemos que a maioria está a sair não só motivada pela maravilha que é estar numa outra cidade e numa outra cultura, mas sobretudo porque cá dentro não consegue crescer profissionalmente, ter um melhor salário, conseguir pagar uma casa e/ou começar a constituir família. E, claro, se têm uma oportunidade, agarram-na. Ou então juntam uns trocos, enchem-se de coragem e vão tentar a sua sorte para outros lados. A maioria vai com prazos curtos para voltar, um ou dois anos, mas, dado o panorama nacional, passado uns meses, começam a apagar dos seus planos as hipotéticas datas de regresso. Alguns simplesmente decidem que, depois daquele país, partirão para outro qualquer, mas ainda não para Portugal.
E eu, para já, não afasto a hipótese de um dia ter que escrever o meu nome nessa mesma lista. Por um lado, gostava e acho que até seria bom. Por outro, Lisboa é sempre Lisboa e acho que não haverá cidade no mundo onde me dê tanto prazer viver.

2 comentários:

Lena disse...

Isso tb eu pensava, mas depois começas a ganhar do belo, a conhecer pessoas impecáveis e a conhecer coisas nvas todos os dias e lisboa passa-te num instante!

Cate disse...

Pois, se calhar é isso.

Mas os casos que conheço não são assim tããão sorridentes.