terça-feira, 19 de novembro de 2013

diário de um pós-operatório V.

Às vezes, quando bebo água ou chá, sai-me uma parte pelo nariz.
Cheguei a pensar que ia ficar defeituosa para a vida, mas pelos vistos é normal isto acontecer nos primeiros tempos. Ao que parece, os canais ainda estão um bocado dilatados, mas vão voltar ao normal. Respirei de alívio. Já andava a imaginar-me num jantar romântico e o rapaz, assustado, dizer-me "estás a sangrar do nariz", ao que eu responderia "nah, é só metade do copo de vinho que bebi". 

domingo, 17 de novembro de 2013

diário de um pós-operatório IV.

Na sexta-feira fui ao médico e tive as melhores notícias: já estou praticamente recuperada (só falta os pontos desaparecerem mesmo). Já posso comer de tudo, desde que mastigado com muito cuidado, e já posso ir voltando às minhas rotinas. Tenho saudades de ir treinar e de comer sushi, por exemplo. Foram duas semanas difíceis, mas já passou. Acabaram-se as amigdalites e agora até a comida me sabe melhor. 

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

diário de um pós-operatório III.

Sem amígdalas, com menos três quilos e de volta ao trabalho.
Ainda não totalmente recuperada, mas farta da vida caseira.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

diário de um pós-operatório.

O destino estava traçado e, na quinta-feira, as amígdalas foram à vidinha delas. Eu nunca tinha sido operada na vida, por isso estava super nervosa, mas, depois de me espetarem um cateter no pulso, apaguei e não me lembro de mais nada. As horas depois da operação foram um intercalar de acordar e adormecer, não dava por nada nem ninguém. Quando comecei realmente a acordar da anestesia, senti que tinha um pão saloio enfiado na garganta. Falar era impossível e comer, mesmo que líquidos, era um martírio. Os lábios estavam inchadíssimos e doía-me a boca toda. No hospital, entre morfinas e soro, a situação era suportável, mas o pior foi vir para casa. Nos três primeiros dias, podia perfeitamente ter sido figurante num episódio de Walking Dead, tudo o que fazia era dormir, babar-me e gemer de cada vez que tentava pôr uma colher de gelado na boca. 

Seis dias depois, a coisa começa a melhorar. Ainda tenho a garganta inchada e de vez em quando tenho vómitos (que pelos vistos são normais durante o processo de cicatrização), para não falar de ter sempre um sabor estranho na boca e de estar com voz de desenho-animado. Mas há boas notícias! Hoje larguei os gelados e já pude começar a comer papas e sopas mornas, o que foi um grande alívio. Esta coisa de "ah, que bom, vais poder comer gelados todos os dias" é completamente overrated. O encanto de um gelado é ser uma coisa que não comemos todos os dias. Mais do que isso, é só enjoativo.

Ainda me esperam mais uns dias em casa, mais umas idas ao médico e mais almoços e jantares em formato líquido, mas acho que o pior já passou. Se calhar sou uma maricas, mas o meu conselho é que tirem as vossas amígdalas ainda em criança, porque nos adultos a recuperação não é tão fácil. E todas as noites sonho com comida... Que saudades de um grande bitoque!