... a minha lista de blogues tem a partir de hoje mais um membro. A Maria é Made In Lisbon, mas o seu sonho passa por Bruges. Proprietária de um modesto T2  e um gato, a Maria sabe, apesar de ser bom sonhar, «sem dinheiro não há palhaço», portanto há que deitar mãos à obra e «vender o maior número de coisas possível». Para que perceberam melhor a ideia, passo a fazer um copy paste com a explicação, nas palavras dela:
«Explicar a razão de ser de um sonho  que acalentamos desde criança é quase tão complicado quanto explicarmos a  essência de que somos feitos. Eu nunca quis ser polícia, artista de  circo, super-herói. Nunca partilhei as vocações dos outros meninos  porque eu, desde que me lembro se ser gente, que digo que quero correr o  mundo. É este o meu sonho: correr o mundo. Lembro-me de as pessoas  comentarem que eu era uma menina com a mania das grandezas e de os meus  pais responderem “isso passa-lhe!”. Lembro-me do primeiro Atlas  que o meu avô me ofereceu e de me ensinar os nomes dos países. Lembro-me  de a Professora Manuela, no liceu, dizer que eu daria uma belíssima  médica e de na Faculdade se fazerem apostas em como seria a primeira do  grupo a ascender à magistratura. Lembro-me de a minha avó me dizer que  de um sonho não se desiste, não se abre mão, custe o que custar e leve o  tempo que levar.
Hoje, continuo a acalentar o  mesmo sonho com a vontade redobrada de quem investiu e investe tudo o  que tinha e tem nele! Toda a formação, todo o dinheiro, todo o tempo, o  melhor de mim, mesmo nos momentos em que parece que nada faz sentido e  em que equacionamos se não seria mais fácil, menos duro, sonhar outra  coisa qualquer. O meu sonho tem um nome. Chama-se ONU e um dia, um dia,  eu hei-de cumpri-lo…
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Pessoas  do meu blogue: no dia em que entrei em minha casa tinha um colchão no  chão, uma televisão do tempo da II GM e os meus livros. Durante muito  tempo, os caixotes onde os tinha guardados serviram-me de mesa de  refeições, de secretária, de banco, enfim. Aos poucos fui compondo o meu  apartamento: uma coisa aqui, outra ali, com um subsídio de férias  comprou-se o sofá, com o de natal umas estantes e por aí fora. A  televisão que hoje tenho [marca hipermercado em tempo de promoção]  foi-me oferecida por amigos de coração num dia de aniversário. Hoje,  aquilo que estou prestes a vender não são meia dúzia de cacos velhos que  me estorvam o caminho quando entro em casa, não. São as minhas coisas.  Cada peça, cada livro foi adquirido com sacrifício ou oferecido por  pessoas que me querem muito bem. Todos eles têm uma história. E isto,  pessoas, não é uma decisão que se tome assim de ânimo leve. Só que nós  não somos as coisas que temos mas os sonhos que acalentamos. As memórias  ficam comigo. As minhas coisas, essas, espero que fiquem nas mãos de  alguém que as saiba acarinhar.  Bem hajam.»
Já foi aberta uma conta  bancária para o efeito e foi criada uma página com os objectos  que vão estar disponíveis, bem como as regras para os adquirir. «Eh pá e não me venham cá com a  conversa do não tenho espaço e o catano: há sempre um sobrinho que tem  um primo que tem um amigo cuja mãe da namorada, enfim, vocês sabem. Quem  quiser ajudar, só tem que divulgar [blogues,   Facebook, twitter, folhetos na caixa do correio da vizinhança,  whatever…]. Eu e o gato agradecemos.»
E eu divulgo porque gosto de pessoas com a mania das grandezas.
1 comentário:
Obrigada. Muito Obrigada.
:)
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