quarta-feira, 13 de outubro de 2010

familia.

Nunca fui uma pessoa muito ligada à família. Com isto quero dizer que além dos meus pais, os meus avós (agora já só tenho uma avó paterna) e a minha tia (do lado materno), nunca tive uma grande ligação emocional com a minha família. Com a família do lado do meu pai (excepto a minha avó), então, é mesmo muito raro falar com alguém. Não ligam e eu também não me preocupo com isso. Durante muitos anos, nunca houve o hábito de nos reunirmos, fosse pelo que fosse. E acho que nem nunca senti falta disso, habituei-me que a minha família era uma meia dúzia de pessoas, mesmo sabendo que existiam mais tios-avós, primos e primas por aí.
De há uns 6 ou 7 anos para cá, as coisas mudaram. A minha bisavó materna já tinha 98 anos quando morreu e foi quando nos apercebemos que íamos perdê-la que nos juntámos mais. Começámos a reunir-nos no Natal e, com o passar dos anos, visitamo-nos com cada vez mais frequência sem ser preciso uma razão especial. A família da minha mãe é unida e todos são bem-vindos - namorados(as), ex-maridos e ex-mulheres - os primos juntam-se todos na sala, fazem jogos e cozinham bolachinhas e bolos para o lanche, os mais velhos tomam conta dos mais pequenos e até aprendemos linguagem gestual por causa da M. que nasceu surda (mas que é a miúda mais inteligente que já conheci e ando a apostar comigo mesma que ainda vai ser estilista ou designer). Há todo um à vontade ao qual tive que me ir habituando. Agora já me custa abdicar do conforto desta família grande que durante muito tempo não tive.

5 comentários:

N disse...

O meu "percurso" foi exactamente o contrário ao teu; quando os meus pais se separaram "perdi" metade da família. Fomo-nos afastando e quando és miúda nem sabes que podes combater isso, simplesmente vais deixando de estar ligada, vão deixando de fazer parte, de ser óbvios. Hoje não somos íntimos e não imaginas a confusão que isso me faz. Por outro lado, do outro lado da família, não somos muitos mas entre nós e os meus tios fazemos barulho suficiente na vida uns dos outros. Mas gostava que não tivesse havido esta corda partida. Portanto enjoy esse conforto.

Sadeek disse...

Engraçado...eu tou como a N. O percurso que fiz foi exatamente o contrário. E não, sinceramente não lhes sinto a falta. É gente demasiado "pequena" de espirito para lhes dar muita importância apenas porque nasceram com o mesmo "sangue" que eu... ;)

No entanto fico contente por ti. E por essa "nova" familia e estado de "felicidade" que encontraste.

BEIJOOOOOOOOOO

Analog Girl disse...

Aproveita isso. O meu percurso tem sido mais semelhante ao da N. e do sadeek, com os desaparecimentos recentes e aquelas situações desagradáveis que tu conheces, a minha grande família tem-se reduzido consideravelmente.
Agora que se encontraram e gostam de estar em família, é deixar o sentimento prolongar. Nada como um reencontro sincero...

siceramente disse...

a minha também é enorme.. só em tios são 15!

Juni disse...

Já sabes que sou uma maricas com estas coisas da família... :')